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Empreendedorismo Corporativo
12/09/2011
“Eu quero apenas dois bons braços.
Infelizmente devo levar uma pessoa inteira”.
Henry Ford
A frase foi dita há quase um século e ainda hoje, em pleno século XXI,
onde o conhecimento é o bem mais precioso de uma empresa, ainda podemos
notar empresários subestimarem seus funcionários e valorizarem apenas a força
bruta.
O “trabalhador do conhecimento” não concorda com esse modelo
autoritário, burocrático e hierárquico, onde manda quem pode e obedece quem
tem juízo. Técnicas como essas, tradicionais, de monitoramento, controle e
ameaça, resultam em funcionários insatisfeitos, gerando um clima ruim que acaba
voltando-se contra o próprio negócio. Ao contrário dessa gestão arcaica, vemos
que hoje, o grande desafio das organizações é tornar seus profissionais cada vez
mais produtivos, incentivando o Empreendedorismo Corporativo.
Adotar uma comunicação clara, transparente permitindo ao colaborador
conhecer a empresa onde trabalha, os seus desafios, as suas metas, os
resultados, o planejamento estratégico, são práticas que despertam a paixão e o
sentimento de ser parte integrante do negócio, fazendo com que as idéias,
sugestões e o comprometimento passem a ser uma conseqüência e constância.
Segundo o Instituto Brasileiro de Intra Empreendedorismo (IBIE), duas
características comuns foram observadas nos programas de estímulo para os
funcionários participarem dos processos de inovação, – Primeira – eles estão
sempre de acordo com a forma de trabalhar das empresas, Segunda – na maioria
dos casos, surgiram idéias simples que não exigem grandes investimentos.
Experimente chamar um de seus funcionários para dar uma volta pela
empresa e dizer sem medo, confortavelmente, todas as mudanças que faria.
Existem modelos que comprovam essa eficácia, podemos citar o adotado
pela Rio Paracatu Minerações.Todos os anos, cinco funcionários deixam suas
funções durante 30 dias e recebem a tarefa de circular pela empresa, avaliar os
processos e buscar alternativas para reduzir custos e aumentar a produtividade.
Apenas no ano de 2005, foram sugeridas 606 novas idéias e uma redução de
custos em torno de 3 milhões de reais. *
Para que as idéias sejam cada vez mais apropriadas, ocorre um
investimento maciço na formação dos profissionais, algumas organizações
bancam 100% dos programas de MBA, oferecem bolsas para faculdades ou
cursos, mesmo que estes não tenham ligação com a função exercida pelo
colaborador, acredita-se que quanto mais preparado o profissional, mais
capacitado ele estará para contribuir e propor alternativas.
Imagine uma empresa com um quadro de 200 colaboradores e todos
envolvidos e buscando novas formas de melhorias?
Impossível? Vamos analisar: Em empresas com quadro de funcionários
pequeno, facilmente observamos o envolvimento de todos nas tomadas de
decisões da empresa, encontramos grupos reunidos trocando informações e
buscando soluções para os desafios diários, o diretor percorre várias vezes ao dia
a linha de produção, ouve seus colaboradores, as suas opiniões, conhece as suas
necessidades, satisfações, insatisfações, porém, à medida que a empresa cresce
essas práticas tornam-se raras, criando divisões dentro da mesma empresa, de
um lado a direção do outro a produção, instalando um clima de hostilidade e
desmotivação generalizada.
Enfim, o que fazer para estimular o empreendedorismo corporativo?
Não existe uma fórmula pronta, cada empresa deve buscar a melhor forma para
incentivar o espírito empreendedor dos seus funcionários, mas alguns fatores
são fundamentais, como conhecer o valor do conhecimento da empresa, quem
são seus colaboradores, quais as suas competências, qual a melhor forma para
estimulá-los, anular atitudes arrogantes, vaidosas e auto-suficientes, investir
na formação do profissional, no trabalho em equipe, nos grupos de discussões,
na interação entre os diferentes setores, trabalhar a diversidade e ter sempre
em mente que um bom programa de idéias empreendedoras deve reverter em
premiações equivalentes aos resultados obtidos. Para encerrar, lembre-se de
cumprir todos os pontos propostos no programa, Prometeu – Cumpra.
Roseline Marques
Consultora de RH
